22 08
2025
Autora: Catarina Leirinha
Catarina Leirinha, Talent Acquisition Specialist na ITDS Portugal, é licenciada em Psicologia Organizacional e trabalha em Recrutamento desde 2018, tendo desenvolvido desde 2021 uma crescente paixão pelo sector das TI. Especializa-se na identificação de novos talentos para a ITDS, sobretudo na área de Desenvolvimento, e tem um interesse particular por tecnologias como Cobol e RPG. Juntando-se à ITDS em janeiro, Catarina é natural do centro de Portugal e valoriza o modelo híbrido de trabalho, que lhe permite equilibrar a vida na cidade com a tranquilidade da sua aldeia. Inspira-se na natureza e nos animais, fonte da criatividade com que encontra os melhores candidatos para os nossos clientes.
À medida que Portugal consolida a sua posição como um dos principais hubs tecnológicos europeus, compreender as expectativas e motivações dos profissionais de TI locais torna-se cada vez mais relevante. O crescente ecossistema do país (impulsionado por investimento estrangeiro, projectos de nearshoring e um cenário activo de startups) gera tanto oportunidades como desafios na atracção e retenção de talento.
Este artigo apresenta as principais tendências observadas entre profissionais de TI em Portugal, com base na evolução das preferências dos candidatos, na dinâmica dos projectos e nos sinais mais amplos do mercado.
A flexibilidade no trabalho – seja em termos de localização, horário ou modelo de colaboração – tornou-se um requisito padrão em toda a indústria tecnológica, e Portugal não é excepção.
Modelos remotos e híbridos continuam em grande procura, sobretudo em funções independentes de infraestrutura. Muitos profissionais já não veem o trabalho remoto como um benefício adicional, mas sim como um dado adquirido. Os horários flexíveis também desempenham um papel importante na forma como organizam o seu tempo e produtividade, permitindo alinhar o trabalho com as rotinas pessoais, o que se traduz frequentemente em maior envolvimento.
Além disso, os modelos de cooperação em regime B2B ganharam relevância. Estas soluções oferecem mais autonomia e permitem que os profissionais organizem o seu trabalho de acordo com preferências financeiras e fiscais próprias.
Portugal continua a ser atractivo para o outsourcing de TI graças à elevada qualificação da sua força de trabalho e a um custo de vida relativamente moderado. No entanto, as expectativas salariais evoluíram em linha com as tendências globais de trabalho remoto.
Profissionais com experiência internacional comparam cada vez mais as propostas locais com salários praticados em mercados como a Alemanha, os Países Baixos ou o Reino Unido. Para este grupo, a transparência salarial e o alinhamento com o mercado são sinais de confiança e profissionalismo.
Embora benefícios não salariais, como seguro de saúde privado ou cartões de refeição, sejam valorizados, raramente compensam preocupações relacionadas com a competitividade da remuneração base.
Muitos profissionais procuram mais do que ganhos financeiros imediatos e atribuem grande importância a oportunidades de evolução, aquisição de competências e contributo significativo através do seu trabalho.
Iniciativas estruturadas de desenvolvimento – como acesso a certificações, programas de mentoring ou participação em comunidades tecnológicas – aumentam a percepção do valor de uma função. Da mesma forma, a exposição a projectos diversificados ou internacionais é frequentemente vista como um indicador de potencial crescimento profissional.
Mesmo em ambientes remotos, a cultura de equipa e a dinâmica interpessoal continuam a ser fundamentais. Os profissionais tendem a privilegiar contextos onde colaboração, respeito e transparência fazem parte da experiência diária.
Estruturas demasiado hierárquicas ou burocráticas podem desencorajar a iniciativa. Em contrapartida, modelos organizacionais mais horizontais e setups Agile são especialmente valorizados por quem procura autonomia e sentido de responsabilidade.
A cultura de feedback, o reconhecimento entre pares e a atenção a temas de saúde mental são factores adicionais que influenciam a satisfação e a retenção a longo prazo.
Os profissionais de TI em Portugal procuram frequentemente equilibrar estabilidade com desafio intelectual. Projectos de longo prazo são bem recebidos, desde que continuem a oferecer aprendizagens e não se tornem monótonos.
Algumas organizações têm obtido bons resultados com estratégias como rotação de funções, introdução a novas tecnologias ou oferta de projectos com diferentes âmbitos.
Definições claras de desempenho e planos de progressão de carreira transparentes também são apreciados.
As dinâmicas locais moldam ainda mais o panorama de talento:
Lisboa e Porto mantêm-se como os principais polos, mas a elevada concorrência por talento nestas cidades leva muitas empresas a oferecer maior flexibilidade e alternativas regionais.
Factores de estilo de vida (como o clima, o custo de vida e a familiaridade cultural) influenciam frequentemente a decisão de permanecer ou regressar a Portugal.
A comunicação multilingue e a exposição a projectos internacionais são valorizadas, sobretudo quando combinadas com respeito pelas expectativas e costumes locais.
O mercado de TI português reflete uma mudança mais ampla na forma como os profissionais definem trabalho com propósito. Embora o salário continue a ser importante, factores como flexibilidade, oportunidades de crescimento, cultura de equipa e sentido de impacto têm cada vez mais peso nas decisões de carreira.
As organizações, locais ou internacionais, que operam neste sector podem beneficiar da observação destas tendências e da adaptação das suas estratégias. O diálogo contínuo com o talento tecnológico, o uso de dados para fundamentar decisões e a compreensão do contexto local podem contribuir para equipas mais resilientes, envolvidas e preparadas para o futuro.
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