16 01
2025
O trabalho remoto tornou-se uma realidade diária para muitos profissionais de TI. Este modelo de colaboração generalizou-se sobretudo devido à pandemia. Agora que a situação está relativamente estável, será que os programadores estão dispostos a regressar aos escritórios? Neste artigo, analiso as expectativas dos programadores em relação às ofertas de emprego e exploro as tendências actuais, com base no relatório “Remote and hybrid work in IT”, da No Fluff Jobs e da Ringier Axel Springer, bem como em outras pesquisas.
Já passaram mais de três anos desde o início da pandemia. Apesar de a situação ter voltado ao normal, este período trouxe mudanças significativas ao mercado de trabalho em TI, mudanças estas que muitos profissionais não querem abandonar.
Actualmente, até 61% dos profissionais de TI trabalham 100% remotamente. Quando as restrições da COVID-19 forçaram os empregadores a enviar os seus colaboradores para casa, inúmeros benefícios deste modelo tornaram-se evidentes, gerando uma discussão na indústria de TI.
Embora o trabalho remoto já seja o novo padrão no sector, isso não significa que os escritórios desaparecerão. No entanto, se os empregadores quiserem que os seus colaboradores visitem os escritórios ocasionalmente, devem concentrar-se em criar uma cultura empresarial que corresponda às expectativas das suas equipas.
Segundo a pesquisa da No Fluff Jobs, os programadores e outros profissionais de TI avaliam o trabalho remoto com 4,5/5. Este elevado índice demonstra que este modelo já se tornou a norma no sector.
O trabalho híbrido é menos apreciado pelos profissionais de TI, recebendo uma avaliação média de apenas 3,5/5 na mesma pesquisa. Os empregadores que tentam convencer os seus colaboradores a adoptarem este modelo enfrentam um grande desafio, já que 55,8% dos inquiridos preferem não voltar ao escritório de todo.
De acordo com a pesquisa da No Fluff Jobs, até 96% dos profissionais de TI desejam trabalhar remotamente ou em regime híbrido. Além disso, 56% afirmam que começarão a procurar um novo emprego caso percam a possibilidade de trabalhar remotamente (55% no caso do trabalho híbrido).
No entanto, proporcionar esta flexibilidade não é suficiente. Estes modelos de trabalho exigem uma organização adequada.
De acordo com o relatório da BulldogJob de 2023, os profissionais de TI esperam que os empregadores ofereçam:
Segundo vários estudos, os profissionais de TI valorizam mais:
Os candidatos raramente respondem a anúncios que não especificam o modelo de trabalho. Muitos até ignoram essas ofertas, utilizando filtros para procurar apenas vagas remotas ou híbridas.
Os anúncios mais eficazes são os que oferecem trabalho remoto ou híbrido e comunicam de forma transparente as condições de trabalho, incluindo níveis salariais em função das responsabilidades e da experiência requerida.
Curiosamente, os candidatos voltaram a prestar atenção à localização do escritório, mesmo que não estejam interessados em trabalhar presencialmente. Isto deve-se ao facto de que muitos empregadores continuam a preferir o modelo híbrido, tornando esta questão relevante novamente.
Por que motivo os profissionais de TI preferem trabalhar remotamente? De acordo com a pesquisa da No Fluff Jobs, 62,8% dos inquiridos relataram uma melhoria significativa no seu bem-estar e produtividade como resultado do trabalho remoto. Comparativamente, 57,7% dos participantes consideraram esta opção melhor do que trabalhar no escritório, enquanto apenas 29,3% afirmaram que a sua produtividade em casa é igual à do escritório.
Os inquiridos também admitiram que:
Os empregadores são, de certa forma, obrigados a adaptar-se a esta nova realidade. Adicionalmente, com a grande procura por profissionais de TI, estão mais dispostos a fazer concessões. Muitos empregadores descobriram que este modelo pode facilmente contribuir para um melhor desempenho em toda a organização. Afinal, programadores felizes e eficientes representam uma enorme oportunidade de crescimento para a empresa.
De acordo com os profissionais de TI, as maiores vantagens do trabalho remoto/híbrido incluem:
Muito se tem falado sobre o facto de, apesar de termos vivido um mercado favorável aos profissionais de TI nos últimos anos, especialistas indicarem que esta situação está a chegar ao fim. O número de ofertas de emprego está a diminuir, e os empregadores estão a dar maior ênfase às competências adicionais (as chamadas competências do futuro), que não estão exclusivamente relacionadas com a programação, mas também com a gestão, comunicação com colegas e clientes, criatividade, etc.
Já não é suficiente possuir um diploma em informática e dominar linguagens de programação. O que realmente importa é a experiência, o conhecimento das tecnologias mais recentes e competências bem desenvolvidas de gestão.
Profissionais seniores talentosos, com competências comprovadas por anos de experiência, encontram-se numa posição privilegiada. Um programador qualificado que continua a desenvolver-se pode esperar receber ofertas favoráveis de empresas, tanto polacas como estrangeiras. Actualmente, é difícil conseguir um bom emprego imediatamente após a graduação.
Outro aspecto importante é a alta taxa de rotatividade no sector de TI. Enquanto os empregadores geralmente procuram uma colaboração a longo prazo, muitos programadores preferem projectos mais curtos e valorizam a capacidade de mudar rapidamente de emprego caso encontrem uma oportunidade melhor. Este factor reforça o argumento de que o trabalho remoto é mais conveniente.
O mercado de trabalho em TI está a mudar rapidamente. Apesar de os salários médios estarem a subir, o valor real do dinheiro está a cair devido ao crescimento contínuo da inflação. Por enquanto, o “boom” terminou – apenas programadores com as melhores qualificações desfrutam de uma grande liberdade na escolha de ofertas e na negociação de condições adaptadas às suas necessidades individuais.
Uma coisa é certa: o sector de TI já fez a transição para o trabalho remoto e híbrido, e tudo indica que esta tendência veio para ficar.
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