01 05
2025
Até recentemente, uma carreira em Tecnologias da Informação (TI) era vista como uma escolha de elite e futurista, acessível apenas a um grupo restrito de especialistas. Hoje, este sector é considerado uma das áreas mais dinâmicas e promissoras do mercado de trabalho, atraindo um número crescente de jovens portugueses. Apesar das mudanças nas condições económicas, as TI continuam a ser uma das vias profissionais mais desejadas. Que desafios e transformações aguardam quem está agora a iniciar o seu percurso nesta área?
Salários competitivos, possibilidade de trabalhar remotamente ou no estrangeiro, e uma grande variedade de ofertas de emprego – estes são apenas alguns dos benefícios apontados pelos jovens que iniciam a sua carreira em TI. Segundo o estudo “Observatório de Emprego – TIC e Competências Digitais” da Fundação José Neves, a área das tecnologias é uma das mais atractivas para os jovens em Portugal, com crescimento contínuo em número de cursos e empregabilidade. No entanto, o mercado de trabalho ao qual os recém-licenciados hoje acedem é significativamente diferente daquele que moldou a carreira dos seus colegas mais experientes.
Existe a percepção de que entrar no sector das TI é hoje mais acessível – basta ter interesse por novas tecnologias e completar um curso de programação, muitas vezes online. A internet está repleta de anúncios que prometem transformar qualquer pessoa num especialista em apenas alguns meses. De facto, o acesso à educação em TI aumentou significativamente nos últimos anos. Existem cada vez mais bootcamps, cursos técnicos profissionais, ofertas formativas do IEFP e uma vasta gama de recursos online gratuitos. Para além disso, surgiram ferramentas que automatizam tarefas e simplificam o trabalho dos programadores.
No entanto, este acesso facilitado não garante um salário elevado desde o início. Os empregadores valorizam candidatos com domínio de várias linguagens de programação, mas também com competências transversais: capacidade de trabalhar em equipa, conhecimento de metodologias Agile, adaptação às novas tendências tecnológicas e competências interpessoais bem desenvolvidas. A área das TI exige uma formação contínua e uma grande capacidade de adaptação.
Paradoxalmente, apesar da crescente procura por profissionais de TI, Portugal continua a enfrentar uma escassez significativa de talento qualificado. Segundo dados da Comissão Europeia, mais de metade das empresas portuguesas têm dificuldades em recrutar especialistas em TIC. Esta lacuna pode comprometer a competitividade da economia nacional, especialmente num cenário de transformação digital acelerada.
Um dos factores que contribuem para este cenário é o número ainda reduzido de diplomados em áreas tecnológicas, a que se soma a migração de talento altamente qualificado para mercados internacionais mais atractivos. Países como Alemanha, Países Baixos ou Reino Unido continuam a recrutar engenheiros de software portugueses, oferecendo salários mais altos e pacotes de benefícios mais robustos. A retenção de talento tornou-se um desafio estratégico para as empresas em Portugal.
Além disso, conhecimentos básicos de programação já não são suficientes. As empresas procuram cada vez mais especialistas em áreas como cibersegurança, ciência de dados, cloud computing ou inteligência artificial – perfis que continuam escassos no mercado nacional.
Nos últimos anos, registou-se um crescimento significativo na presença feminina nas áreas tecnológicas, embora ainda representem uma minoria. Segundo a Fundação José Neves, as mulheres representam cerca de 20% dos profissionais na área das TIC em Portugal – uma percentagem superior à média europeia, mas que ainda reflete uma sub-representação. O número de mulheres inscritas em cursos superiores de tecnologias da informação tem aumentado, sendo mais frequente encontrá-las em áreas como testes de software, gestão de projectos ou desenvolvimento web (HTML, CSS, JavaScript).
Iniciativas como o programa “Engenheiras por um Dia” e bolsas de incentivo à participação feminina nas áreas STEM têm contribuído para esta mudança, promovendo uma maior diversidade e inclusão num sector tradicionalmente dominado por homens.
Face às crescentes dificuldades na captação de profissionais altamente qualificados em TI, cada vez mais empresas recorrem ao outsourcing. O uso de especialistas externos permite uma adaptação flexível dos recursos às necessidades actuais e o acesso a um leque de competências muitas vezes difícil de encontrar no mercado. O outsourcing de engenheiros de TI está a tornar-se uma solução estratégica, permitindo às empresas manter a competitividade, optimizar custos e aumentar a eficiência operacional.
Com o apoio de recrutadores experientes, as empresas de outsourcing conseguem seleccionar os candidatos mais adequados, formando equipas perfeitamente alinhadas com os requisitos dos projectos – incluindo aqueles que exigem a colaboração de vários especialistas. Num ambiente em constante mudança, o outsourcing oferece às organizações flexibilidade na gestão de recursos humanos e uma resposta rápida às exigências do mercado.
O sector das TI em Portugal tem vindo a consolidar-se como uma das forças motrizes da economia digital, mas continua a enfrentar desafios estruturais. A resposta passa por uma aposta estratégica na formação de talento, na requalificação de profissionais e na valorização de competências transversais.
Com a crescente procura por especialistas altamente qualificados, é fundamental formar mais profissionais e investir no desenvolvimento dos que já estão no mercado. E isto não se resume apenas às competências técnicas, mas também à capacidade de adaptação a novas ferramentas, métodos de trabalho e tecnologias emergentes. Neste contexto, soluções modernas como o outsourcing de especialistas em TI ganham relevância, permitindo às empresas responder rapidamente às exigências do mercado, assegurando acesso a talento especializado e flexibilidade na gestão de equipas.
Apesar dos obstáculos, o mercado tecnológico português continua a oferecer oportunidades sólidas para empresas e profissionais. Para aproveitá-las ao máximo, será essencial cultivar uma cultura de inovação, investir em competências emergentes e manter uma atitude de aprendizagem contínua para responder às exigências de um sector em constante evolução.
Bibliografia:
https://www.joseneves.org/tema/emprego
https://www.joseneves.org/estado-da-nacao/estado-da-nacao-2023
https://engenheirasporumdia.pt/
© 2025 ITDS - All Rights Reserved - made by Netwired
Morada:
Largo do Duque de Cadaval 17, 1200-160 Lisboa
RUA DA TRINDADE 31, 4000-541 PORTO
Contacto:
info@itdsportugal.com
+351 933 317 425